Atualizada às 19h09min
![Moradora do Pontal da Barra envia imagem da situação no local (Foto: Paulo Rossi - DP)](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_uPWl0QL5ZupWxjjqfomAueikHDkyTe1cGiG1QetHNZcEbosoUl9EyBIywDf24kCybzWKKMtH09-AUlsyWSWsJtY1c8fNry9lB8-NuvJFc1O4x6-1jB1XJaNRIUdla_I1wene4Sv5AReoRnA6R5hQ=s0-d)
A Lagoa dos Patos chega a formar ondas. A força e a direção leste dos ventos prejudicam moradores do Pontal da Barra e da Colônia de Pescadores Z-3, em Pelotas. O sentido impede que a Lagoa deságue no canal São Gonçalo. Com o estuário cheio, os reflexos são imediatos: desde a manhã desta quarta-feira (14) a água já havia invadido a estrada da Barra - fazendo com que a comunidade de pescadores que vive no Pontal fique isolada. O acesso ao local é cada vez mais restrito, conforme os avanços da água. Moradores estão deixando as casas por medo de inundações e o trapiche localizado no balneário Valverde foi interditado.
Na Colônia Z-3, a Defesa Civil removeu seis famílias. Ao todo, 12 adultos e oito crianças foram para casa de parentes na própria comunidade; outros dois adultos e cinco crianças que moram na localidade estão desabrigados. Eles foram levados para abrigos municipais pela Defesa Civil. Os pontos mais críticos da Colônia de Pescadores são o Cedrinho e a Divineia - em ambos, a água começou a entrar nos pátios das casas desde terça-feira.
Com a volta da chuva nestsa quarta, então, não houve outro jeito. Na avenida principal do Laranjal, a Antônio Augusto de Assumpção Júnior, a água se aproximou da calçada em alguns pontos. Cenário assustador, que continua agravante. Na altura da estrada para o Pontal da Barra, a Defesa Civil realizou um trabalho de contenção com pedriscos, principalmente, na curva onde a água cobriu a estrada. Um alívio, mas ainda longe de ser a solução. O presidente do órgão, Paulo Darci do Santos, admitiu as dificuldades de acesso à Barra - uma vez que o canal São Gonçalo está 1,90 metro acima do nível normal. Não é possível atravessar a estrada de carro. A ida a pé custa mergulhar as pernas - até a tarde desta quarta-feira, em alguns pontos a água batia acima dos joelhos.
Calejados de alagamentos moradores do Pontal da Barra começaram a deixar os lares. "A gente está ilhada... A casa é alta, ainda se salvou, mas daqui a pouco vai molhar. É assim", lamentou a comerciária Ana Carolina Braga, 23, em conversa com a reportagem do Diário Popular na tarde desta quarta. Em sacolas plásticas, ela juntou roupas e alimentos para passar alguns dias com os dois filhos na casa da cunhada, no Valverde. Seu vizinho, o pescador Neimar Costa, 60, já havia saído da comunidade no início da manhã, mas voltou à tarde para buscar o irmão, que insistiu em permanecer na Barra. "O vento avisa. A água está invadindo, não tenho como deixar ele aqui".
DIARIO POPULAR
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