domingo, 15 de novembro de 2015

JUAREZ DO GRÊMIO ' O TANQUE" , ESTE ERA MATADOR. VI E APLAUDI, FAZIA GOL DE TODO JEITO !!!

Luiz Zini Pires: Juarez, o Tanque, conta como se fazia um camisa 9 antigamente Mateus Bruxel/Agencia RBS
Juarez, o Tanque, cresceu e aprendeu ao observar os outros com a bola de couro grudada nos pés nem sempre calçados, chuteira era sonho, delírio de criança. Ele ganhou corpo na pelada de rua, no campinho careca, atrás do alambrando, nas quatro linhas de gramados oficiais. Armazenou um pouco de cada ensinamento de quem era próximo. Não havia imagens de TV de partidas regionais, nacionais e internacionais como agora.


Sua escola foi na poeira do chão batido, canela riscada pelas pedras, o dedão de unha quebrada de tanto bater na bola, quase sempre de borracha.
Juarez, o Leão do Olímpico, é o clássico centroavante de antigamente, esculpido no futebol amador, batizado na botina do zagueiro, autodidata.

Se ontem fosse hoje, o uruguaio Luisito Suárez seria o espelho de Juarez Teixeira, 87 anos, viúvo, pai de duas filhas, avô de oito, bisavô de quatro, aposentado pela Caixa. Mas ele anda cismado com os atacantes dos nossos dias, especialmente os centroavantes que vestem a camisa (ele fala jaqueta) do seu Grêmio, casa entre 1955 e 1962. Time que ele vê sem falhar um jogo na TV de casa onde vive só, na zona norte de Porto Alegre. A saúde vai bem, o verão vem aí, visitou o Litoral Sul dias atrás.
_ Como era o centroavante Juarez?
_ Não era velocista, mas tinha grande arrancada. Não era alto, media 1m70cm, mas sabia me antecipar ao zagueiro. Sentia que a bola chegaria à área em determinado ponto. Não sei como, mas sabia. Chegava antes da zaga, mesmo mais alta e forte, e fazia o gol. Dizem que marquei 202, mas tem mais. Bom, nós jogávamos quase só aos domingos. Eu brigava na área (leão). Era forte (tanque).
_ O que o senhor mais fazia em campo?
_ Chutava, chutava muito. Não tinha medo de errar. Treinava com os dois pés.
_ É o que falta hoje?
_ Um pouco. Os centroavantes têm medo de chutar. Preferem uns passes a mais. Evitam o drible, que poderia clarear o lance, e resultar no gol. Será que eles não entendem que o goleador tem suas responsabilidades?

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